Finalmente terminei "Precisamos falar sobre Kevin" e posso afirmar que o livro é uma leitura obrigatória.
Não, ele não é sobre a matança (lembra um pouco os filmes daquele diretor indiano - M. night Shyamalan - que sempre usa algo extraordinariamente assustador para discutir fé, religião, amor, entre outros temas), apesar de descrever a maldade do seu personagem principal com riquezas de detalhes.
Justamente por ser somente um disfarce, estou um pouco cética quanto a adaptação para o cinema.
Quanto a matança, ela é um plano de fundo violentamente bem estruturado para induzir o leitor (ai que medo se eu já fosse mãe ou estivesse grávida) a refletir sobre o impacto da criação e a influência dos pais nas atitudes de seus filhos.
É um livro epistolar, que Eva - mãe de Kevin - escreve a Franklin, o pai. Em algumas cartas você termina chorando, junto com a narradora.
Narrado em primeira pessoa, é possível sentir a angústia de Eva ao perceber que ela e seu filho são tão distantes e ainda tão parecidos.
Angústia é uma ótima palavra para descrever a trama. Mas a reflexão que brota desse desconforto é reconfortante (pode?), afinal todos que pensam em ser pais nunca refletem sobre o que fazer caso seu filho seja um assassino em massa ou um pedófilo ou...São tantas opções.
O que pude perceber é que odiar um filho é um missão quase impossível para o coração da mãe, por mais monstruoso que ele possa ser. Eva faz de tudo para que isso aconteça, mas no fundo esse ódio é só um amor distorcido e disfarçado.
Todos falam dos monstros, mas ninguém fala sobre quem deu a luz a eles. Ninguém discute sobre a dor que é ser mãe deles. Quanto aos pais, bem, os homens têm um papel fundamental, mas mãe é mãe, se é que você me entende.
Separei algumas passagens que gostei e espero que o filme não acabe com elas.
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